terça-feira, 15 de maio de 2012

PESQUISA » Pesquisadores revelam os diferentes mecanismos da dor

Pesquisadores da Universidade de Leeds, no Reino Unido, descobriram um mecanismo até agora desconhecido por meio do qual a dor é sinalizada pelas células nervosas. Coordenados por Nikita Gamper, da divisão de Ciências Biomédicas da universidade, eles investigam a diferença entre a dor persistente (uma dor de dente, por exemplo), e a dor acarretada pelo aumento da sensibilidade nos nervos ou num tecido doente (quando tocamos uma pele inflamada, por exemplo), conhecida como hiperalgesia.

Na pesquisa publicada esta semana na “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS), os pesquisadores afirmam que esses dois tipos de dor são gerados pelos mesmos nervos, mas resultam de diferentes mecanismos subjacentes.

O projeto, financiado conjuntamente pelo Wellcome Trust e pelo Medical Research Council, investigou os efeitos dolorosos de duas substâncias que causam inflamação local: bradicinina e substância P. Ambas as substâncias se ligam a receptores específicos das células nervosas, gerando sinais para o sistema nervoso central. Como os receptores são da mesma família, sempre foi presumido que estimulam a mesma via de sinalização, mas os pesquisadores descobriram que cada receptor produz sinais diferentes — o associado à bradicinina causa hiperalgesia e dor persistente, enquanto o associado à substância P só causa hiperalgesia.

— A dor se origina de uma série de sinais elétricos enviados por células nervosas no sistema nervoso central e, em última análise, ao cérebro. Apesar de muito progresso, ainda não sabemos o suficiente sobre os mecanismos pelos quais esses sinais de dor são gerados. Esta pesquisa mostrou que a sensação de dor pode ser semelhante em várias condições, mas os mecanismos moleculares subjacentes podem ser muito diferentes — diz Gamper.

Da Agência O Globo

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