terça-feira, 28 de junho de 2011


Oposição circular!

Partidos menores tramam unir forças contra Planalto

A demora de Dilma Rousseff em ceder as verbas e os cargos reivindicados por seus “aliados” produziu uma cizânia na coligação governista.
Legendas menores tramam nos subterrâneos da Câmara reunir forças para se contrapor ao poder de fogo do PT e do PMDB.
Queixam-se de que o Planalto só tem ouvidos para os sócios majoritários da coligação, desprezando o resto.
Comandam o movimento lideranças do PP, PR e PTB. Buscam a adesão de legendas nanicas. Esperam reunir uma tropa de 122 deputados.
Partem do pressuposto de que, juntos, exibirão uma musculatura que forçará o governo a dar-lhes a atenção que julgam merecer.
Consolidando-se o movimento, os minoritários governistas teriam mais votos que os 88 da bancada do PT. Bem mais que os 79 do PMDB.
Hoje, o PP move-se sozinho na Câmara. Tem 41 votos. O PR está enganchado num bloco que congrega outras seis legendas.
São elas: PRB, PTdoB, PRTB, PLP, PHS e PTC. Essa sopa de letras junta num mesmo caldeirão 64 deputados.
O direitista PTB encontra-se inserido num bloco com PSB e PCdoB, que se autodenominam esquerdistas. Esse aglomerado soma 66 votos.
No total, o PP e os blocos de que participam o PR e o PTB somam 171 deputados. Porém...
...Porém, os minoritários descontentes preferem excluir de sua conta os 34 votos do PSB e os 15 do PCdoB. Daí a previsão de que terão 122 cabeças.
O movimento divisionista foi tonificado nesta segunda (27) depois que vazou do Planalto uma informação que inquietou os governistas.
Descobriu-se que Dilma Rousseff não vai renovar o decreto que prevê a liberação de emendas dos anos de 2008 a 2010 –os chamados restos a pagar.
Baixado no último dia da gestão Lula, o decreto já mereceu de Dilma uma prorrogação. Vai expirar, contudo nesta quinta (30).

A partir dessa data, asemendas que destinam recursos a obras ainda não licitadas serão canceladas. Uma facada estimada em R$ 1,8 bilhão.
Os congressistas reivindicam nova prorrogação de pelo menos três meses. O PMDB endossou. Mas Dilma parece dar de ombros.
No gogó, os mandachuvas dos partidos governistas anunciam o troco. Em privado, dizem que o Planalto sofrerá as consequências no plenário.
Candidato à presidência da Câmara nos dois últimos anos da legislatura (2013-2014), o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves, esgrime um discurso coletivista.
Sempre declarou que não basta que o PMDB fique satisfeito. Advoga a tese segundo a qual o Panalto precisa atender a todos os seus aliados.
O problema é que nem o PMDB considera-se atendido. Líder do partido no Senado, Renan Calheiros diz que, ao reter as emendas, o governo produz um desastre.
No dizer de Renan, está-se fabricando nos municípios um “cemitério de obras”. Empreendimentos que, sem as verbas de Brasília, ficarão inconclusos.
Em português claro, o movimento dos pequenos partidos visa organizar a chantagem.
Imagina-se que, submetido à pouca farinha que o Planalto se dispõe a servir, o PMDB vai cuidar do seu próprio pirão.
Para que o Planalto não os deixe de fora, os descontentes da periferia adaptam um lema que a ex-guerrilheira Dilma conhece bem.
É como se gritassem: os partidos, unidos, jamais serão vencidos. Resta agora saber até que ponto Dilma vai esticar a corda.fonte folha.com blog  jossia de sousa

Nenhum comentário:

Postar um comentário